domingo, 1 de março de 2015
SAM'S BIOGRAPHY
Nasci em 11 de julho de 1983 numa pequena cidade do agreste pernambucano; Limoeiro. Lá vivi grandes aventuras na minha infância e adolescência; fiz sexo a primeira vez com outro homem, comecei a fumar, beber e usar maconha aos 13 anos. Sou de uma família de três irmãos: eu que sou o caçula, o do meio que se chama Esdras e a mais velha, Areli. Minha relação com Esdras sempre foi muito difícil, mas às vezes oscilava para fases mais pacíficas; com Areli, que mais tarde teve os meus sobrinhos Arieli e Tomaz, eu era indiferente, apesar de às vezes achá-la insuportável. Minha mãe sempre foi minha grande referência, mesmo muitas vezes sendo tão diferentes. Já meu pai, à medida que fui crescendo, ele ia ficando quase todo momento em segundo plano, mas não menos amor a ele por isso.
Vivi até meus vinte anos no interior de Pernambuco. Depois disso, fui para capital Recife estudar jornalismo. Ali tive importantes experiências de conhecimento e de relacionamento, que jamais teria na minha cidade natal e que foram fundamentais ao meu amadurecimento.
Morei com meu irmão, que já saíra de casa alguns anos antes e quem bancou minha moradia e estudos em Recife, apenas um dos quatro anos que vivi na cidade, pois as diferenças entre a gente se mostraram insuportáveis. Nos separamos e a partir dali começava a minha independência total, o que me deixou muito aliviado e que levei muito a sério. Levei à sério até demais. A partir daí, se instaurou no meu inconsciente uma extrema necessidade de “vencer na vida” e isso me tornou uma pessoa desprovida de leveza e de vontade de lazer. Eu não tinha tempo a perder, precisava fazer isso de qualquer jeito.
Minha paixão pela dança e o pouco que desenvolvi de danças populares, em paralelo ao jornalismo, me trouxe ao Rio numa oportunidade de trabalho e remuneração que jamais teria em Recife.
Vim com uma certeza que não voltaria tão cedo.
Quando cheguei aqui me encantei e de cara sabia que não voltaria mais.
Aqui tive a oportunidade e a coragem de desenvolver a parte que sempre soube que faltava em mim: o teatro. Respirando esses novos ares geográficos e artísticos, minha vida tomou um rumo excitantemente lindo e louco ao mesmo tempo. Nesse meio tempo, crises de identidade, paixões avassaladoras, pessoas encantadoras e experiências artísticas maravilhosas e também muito difíceis. E a necessidade de "vencer na vida", nessas terras de mil possibilidades, tornou-se ainda mais pesada e um tanto doentia a ponto de não conseguir construir grandes relações de afeto, disso não ser o mais importante. O tempo dispendido é focado muito na necessidade de trabalho e de pagar as contas. Sinto-me hoje preso a esse ciclo vicioso que me impede de crescer.
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