Em agosto, C A S A V A Z I A vai abrir as portas na Casa da Rua do Amor, em Santa Cruz. Serão duas edições de 24 horas e uma oficina sobre o nosso processo de trabalho.
Até lá, precisamos montar a nossa casa, que vai te receber com todo o carinho. Então perguntamos: você pode ajudar?
Lembra daquela caixa cheia de coisa que você não usa e tá guardada lá no fundo da despensa?
De repente você pode ajudar a construir essa nossa casa com um pouquinho de você. Dá uma olhada na nossa lista!
Aceitamos DOAÇÕES e EMPRÉSTIMOS. Manda uma mensagem pra gente pela página facebook.com/projetocasavazia ou liga pra gente no número (21) 969 375 142.
~ lista do chá de casa nova ~
QUARTO e SALA
abajur
almofadas
banco
banquinho
colchas
colchão de casal
colchão de solteiro
cortina
fronhas
lençóis (casal e solteiro)
luminária
mesa de cabeceira
mesa pequena
mesa grande
porta-retrato
travesseiros
COZINHA
abridor de lata
açucareiro
assadeira ou tabuleiro
bacias
batedor de mão
cesta de frutas
chaleira
coador de pano
colher de pau
colheres
concha
copos
descanso de copos
escumadeira
facas
filtro de barro
fogão
frigideira
garfos
garrafa térmica
garrafas de água
geladeira
jarra de água
jogo americano
leiteira
liquidificador
panelas
panos de prato
peneira
pratos
ralador
ralo de pia
saleiro
suporte para filtro
tábua de carne
tapete de bem vindo
tigelas de sopa
toalha de mesa
xícaras e canecas
BANHEIRO
cortina para box
lixeira
tapete de banheiro
toalhas
LIMPEZA
balde
cabides
pá de lixo
pano de chão
pregadores
vassoura
EXTRAS
caixa de som
cordas e linhas
espelhos (inteiros ou quebrados)
extensão
lâmpadas
latas de alumínio vazias
molduras velhas
mp3
potes de vidro no geral
pisca-pisca
som
velas
ventilador de chão
segunda-feira, 20 de junho de 2016
domingo, 12 de junho de 2016
provocação 2
enquanto todxs dançam, sirvo-lhes vendas numa bandeja de prata.
bandeja ou bandeija? mantega ou manteiga?
está servidx, senhorx?
bandeja ou bandeija? mantega ou manteiga?
está servidx, senhorx?
Você está tão linda linda hoje.
Parece até que está de férias.
ou
Está parecendo uma pintura.
ou
Está parecendo uma pintura.
Separando-grãofeijãomilhoenfeitecoisa
– Você já separou?
LÊNY
a minha mãe me teve com 45 anos.
se hoje já é gravidez de risco, imagina naquela época.
mas meus pais queriam muito me ter.
os médicos todos desaconselhavam mas eles encontraram um que achou que dava, que não tinha problema.
ele tinha menos de trinta, tinha acabado de terminar a residência. deu certo, eu tô aqui e ele, o médico, e a mulher viraram meus padrinhos, que eu não vejo nunca.
hoje a minha mãe é uma senhora.
ela anda com muita dificuldade mas ela não aceita de jeito nenhum ir pra cadeira de rodas.
ela tem medo que aconteça o que aconteceu com a minha avó, que o médico disse que quando ela fosse pra cadeira de rodas ela não ia mais voltar a andar - e ela não voltou mesmo.
então a mamãe não deixa a gente ajudar em nada. a gente tenta mas ela não deixa.
outro dia eu tava com ela na casa da minha irmã, ela tinha feito transfusão de sangue então tava se sentindo ótima, mas o médico tinha avisado pra não abusar.
ela foi tomar banho e eu me dei conta de que na casa da minha irmã não tem aquelas barras de apoiar, de segurança, e banheiro é um lugar periogoso, né.
aí eu fui correndo, abri a porta do banheiro e perguntei se ela não queria uma ajuda, que eu ajudasse.
aí ela gritou: a porta tá fechada porque eu tô tomando banho, você fecha essa porta!
e eu fechei.
outro dia eu contei essa história pra lêny, que eu conheci no trem.
ela me disse que todos os filhos tinham que ser que nem eu.
a lêny trabalha numa clínica de idosos na tijuca.
ela cuida do seu raimundo, que já foi um cara muito rico mas que perdeu a lucidez e o dinheiro e os filhos colocaram ele lá e quase nunca visitam, quase nunca aparecem.
às vezes ele acorda no meio da madrugada, acorda a lêni e diz:
- eu preciso ir pro escritório
- pra que, seu raimundo?
- eu preciso despachar, prepara o carro pra mim que eu preciso ir despachar.
ela prepara a cadeira de rodas, do lado da cama, e diz:
- então vamo que o carro tá pronto.
ela coloca ele na cadeira de rodas, eles saem do quarto, dão uma volta no andar e quando eles chegam de novo no corredor do quardo dele, ela pergunta pra ele:
- tá reconhecendo aqui?
- é a rua do meu escritório. ali, no fim da rua.
eles entram no quarto, ele pede pra ela colocar ele na mesa, ela coloca ele na cama e nessa hora ele já tá com sono e dorme.
a lenu entra no trabalho segunda de manhã e sai sábado de manhã.
ela trabalha cento e vinte horas seguidas por semana e ganha mil e seiscentos reais.
ela é sozinha com três filhas e por isso tem medo de reclamar e ser mandada embora.
apesar de tudo isso, ela sorriu muito.
conhecer a lêni foi muito contraditório:
eusentiesperançanomundoaomesmotempoemquesentiqueomundotáperdido.
se hoje já é gravidez de risco, imagina naquela época.
mas meus pais queriam muito me ter.
os médicos todos desaconselhavam mas eles encontraram um que achou que dava, que não tinha problema.
ele tinha menos de trinta, tinha acabado de terminar a residência. deu certo, eu tô aqui e ele, o médico, e a mulher viraram meus padrinhos, que eu não vejo nunca.
hoje a minha mãe é uma senhora.
ela anda com muita dificuldade mas ela não aceita de jeito nenhum ir pra cadeira de rodas.
ela tem medo que aconteça o que aconteceu com a minha avó, que o médico disse que quando ela fosse pra cadeira de rodas ela não ia mais voltar a andar - e ela não voltou mesmo.
então a mamãe não deixa a gente ajudar em nada. a gente tenta mas ela não deixa.
outro dia eu tava com ela na casa da minha irmã, ela tinha feito transfusão de sangue então tava se sentindo ótima, mas o médico tinha avisado pra não abusar.
ela foi tomar banho e eu me dei conta de que na casa da minha irmã não tem aquelas barras de apoiar, de segurança, e banheiro é um lugar periogoso, né.
aí eu fui correndo, abri a porta do banheiro e perguntei se ela não queria uma ajuda, que eu ajudasse.
aí ela gritou: a porta tá fechada porque eu tô tomando banho, você fecha essa porta!
e eu fechei.
outro dia eu contei essa história pra lêny, que eu conheci no trem.
ela me disse que todos os filhos tinham que ser que nem eu.
a lêny trabalha numa clínica de idosos na tijuca.
ela cuida do seu raimundo, que já foi um cara muito rico mas que perdeu a lucidez e o dinheiro e os filhos colocaram ele lá e quase nunca visitam, quase nunca aparecem.
às vezes ele acorda no meio da madrugada, acorda a lêni e diz:
- eu preciso ir pro escritório
- pra que, seu raimundo?
- eu preciso despachar, prepara o carro pra mim que eu preciso ir despachar.
ela prepara a cadeira de rodas, do lado da cama, e diz:
- então vamo que o carro tá pronto.
ela coloca ele na cadeira de rodas, eles saem do quarto, dão uma volta no andar e quando eles chegam de novo no corredor do quardo dele, ela pergunta pra ele:
- tá reconhecendo aqui?
- é a rua do meu escritório. ali, no fim da rua.
eles entram no quarto, ele pede pra ela colocar ele na mesa, ela coloca ele na cama e nessa hora ele já tá com sono e dorme.
a lenu entra no trabalho segunda de manhã e sai sábado de manhã.
ela trabalha cento e vinte horas seguidas por semana e ganha mil e seiscentos reais.
ela é sozinha com três filhas e por isso tem medo de reclamar e ser mandada embora.
apesar de tudo isso, ela sorriu muito.
conhecer a lêni foi muito contraditório:
eusentiesperançanomundoaomesmotempoemquesentiqueomundotáperdido.
provocação
fogueira roxa. escuro. vai colocando uma música. depois fica esquentando as palmas das mãos no fogo da fogueira.
cê dormiu bem essa noite? que que cê fez de manhã?
coloca a música. ouvem.
acompanha o pássaro
mas não atrapalha o voo
não tente olhar com as mãos
estar perto requer outros dons
acompanha o pássaro
mas não atrapalha o voo
não tente olhar com as mãos
estar perto requer outros dons
de todas as coisas
eu espero que você permaneça
de todas as coisas
eu espero que você permaneça
em mim
passarinho quis vioar
e voou
passarinho quis voar
e realmente voou
eu não atrapalho não
sou dessas que têm binóculos
eu não atrapalho nunca
eu tenho um coração de espuma
eu tenho uma amiga que. e é difícil falar. é como se tivesse uma névoa na cabeça. é como se. eu acordo mas. e é difícil. eu não consigo explicar. eu acho que. quando eu era pequeno a minha mãe me dava uns beliscões quando eu chorava. por isso que eu aprendi a parar de chorar. aí eu finjo que eu tô rindo. e ela tem um namorado que. às vezes tem medo de. mas ao mesmo tempo. também tem que pensar que.
a chris que mostrou essa canção linda. talvez cantem, talvez dancem. talvez sorriam. ou brinquem. ou nada. nada mesmo.
Quando o sol,
se derramar em toda a sua essência,
desafiando o poder da ciência,
pra combater o mal.
E o mar,
com suas águas bravias,
levar consigo o pó dos nosso dias,
vai ser um bom sinal.
Os palácios vão desabar
sob a força de um temporal,
e os e os ventos vão sufocar o barulho infernal.
Os homens vão se revelar
dessa farça descomunal,
vai voltar tudo ao seu lugar, afinal.
Vai resplandecer, uma chuva de prata,
do céu vai descer, lalaia.
O esplendor da mata vai renascer,
e o ar de novo, vai ser natural.
Vai florir,
cada grande cidade, o mato vai cobrir
ô ô
das ruinas um novo povo vai surgir,
e vai cantar afinal.
As pragas e as ervas daninhas,
As armas e os homens de mal,
vão desaparecer nas cinzas de um carnaval.
cê dormiu bem essa noite? que que cê fez de manhã?
coloca a música. ouvem.
acompanha o pássaro
mas não atrapalha o voo
não tente olhar com as mãos
estar perto requer outros dons
acompanha o pássaro
mas não atrapalha o voo
não tente olhar com as mãos
estar perto requer outros dons
de todas as coisas
eu espero que você permaneça
de todas as coisas
eu espero que você permaneça
em mim
passarinho quis vioar
e voou
passarinho quis voar
e realmente voou
eu não atrapalho não
sou dessas que têm binóculos
eu não atrapalho nunca
eu tenho um coração de espuma
eu tenho uma amiga que. e é difícil falar. é como se tivesse uma névoa na cabeça. é como se. eu acordo mas. e é difícil. eu não consigo explicar. eu acho que. quando eu era pequeno a minha mãe me dava uns beliscões quando eu chorava. por isso que eu aprendi a parar de chorar. aí eu finjo que eu tô rindo. e ela tem um namorado que. às vezes tem medo de. mas ao mesmo tempo. também tem que pensar que.
a chris que mostrou essa canção linda. talvez cantem, talvez dancem. talvez sorriam. ou brinquem. ou nada. nada mesmo.
Quando o sol,
se derramar em toda a sua essência,
desafiando o poder da ciência,
pra combater o mal.
E o mar,
com suas águas bravias,
levar consigo o pó dos nosso dias,
vai ser um bom sinal.
Os palácios vão desabar
sob a força de um temporal,
e os e os ventos vão sufocar o barulho infernal.
Os homens vão se revelar
dessa farça descomunal,
vai voltar tudo ao seu lugar, afinal.
Vai resplandecer, uma chuva de prata,
do céu vai descer, lalaia.
O esplendor da mata vai renascer,
e o ar de novo, vai ser natural.
Vai florir,
cada grande cidade, o mato vai cobrir
ô ô
das ruinas um novo povo vai surgir,
e vai cantar afinal.
As pragas e as ervas daninhas,
As armas e os homens de mal,
vão desaparecer nas cinzas de um carnaval.
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