Esse ano, pela primeira vez, meu pai caiu. Caiu mesmo, fisicamente, eu digo. Ele descobriu um problema no menisco e não pode mais correr. Era o vício dele, correr. Pode caminhar. Quando eu perguntei pra ele como ele tava se sentindo com tudo isso, ele me disse que é claro que não tá tudo o melhor possível, mas é um desafio novo, esse de não poder correr. Esse ano eu entendi que já chegou a hora deu carregar as compras pra ele. De cuidar do pesado. Mas quem me cuida quando eu cuido?
O vidro cai. Estilhaça. Estilhaços.
Até que um dia a Camila me disse: quem me cuida sou eu.
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