terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Depoimento de Camila Barra sobre experiência em Casa Vazia

Sobre a experiência na C A S A V A Z I A

 Para mim, foi marcante me sentir tão à vontade num lugar no qual eu nunca havia ido e com tanta gente que eu não conhecia. Não só por ter sido bem recebida, mas pelo clima mesmo, aconchegante, caseiro. Era como se eu estivesse em casa, lavando a louça, fazendo o café. Acredito que era a ideia conduzir para esse clima. Bom, conseguiram!
Havia uma conexão entre as pessoas e das pessoas com aquele lugar. E por um tempo, para mim, foi como se não houvesse espaço lá fora, vida além dali, e perdi completamente a noção do tempo, esqueci de ver que horas eram e também não importava. Tinha muito amor ali, amor entre as pessoas, amor com o lugar, amor com o trabalho. Dionísio esteve ali 24 horas com certeza, e fez a festa. Outro que participou ativamente foi São Pedro, porque a chuva que caiu foi providencial. Foi só pra gente poder sentir o cheirinho da chuva, e ouvir o barulho dela no telhado, tomar banho de chuva e sentir a grama molhada no pé enquanto Samuel se lembrava da infância.
Era muita sinceridade nas relações, no que foi apresentado. No mundo “real” somos mais fechados, difícil ter uma relação assim aberta com o outro. O que pôde acontecer ali foi raro, foi poesia, foi de uma delicadeza de sentimentos e sensações que eu queria pra sempre. Uma experiência pra se lembrar em certos momentos.
Tocaram no sutil, no delicado, nas pequenas coisas lindas da vida: o almoço compartilhado, o café com bolo de fubá, as lembranças, os segredos e os artistas... tanta sinceridade. Isso foi o que mais me tocou de tudo, me sentir conectada com as coisas mais singelas. Acho que casa é um lugar que te trás isso de alguma forma, porque é aconchego, é intimidade, é estar à vontade... proteção... é poder relaxar.
Sei lá, em cada um bate de um jeito, claro. Em mim foi assim: me tocou a singeleza, o sutil, as pequenas trocas. E foi lindo!
Aliás, foi muito louco porque às vezes eu não sabia se via uma cena ou não. Era tudo tão honesto, tão verdadeiro que sei lá. Foi difícil ver a construção em algumas coisas, parecia tudo improviso, quero dizer, uma conversa que simplesmente aconteceu... as transições pras cenas foram muito leves. Parecia que cada um falava a sua história porque deu na telha falar, sei lá. Pareceu que eu só estava ali na casa de uns amigos e, às vezes, rolava umas conversas; que o Samuel sentou pra bater bolo na sala só por coincidência, que o Ricardo e a Mariah brincaram com os imãs da geladeira só porque ocorreu deles estarem ali mesmo. Claro, que era perceptível o trabalho construído, pensado, bem dirigido. Mas sei lá, na hora a gente acredita que tá vivendo aquilo, aquele momento e só. Não parece teatro entende. Não sei se to me fazendo entender. Tá tudo muito fresco ainda. Percebo, principalmente agora avaliando com calma, que foi tudo muito bem pensado, ensaiado, preparado. Mas pra gente que assistia parece só que simplesmente aconteceu!
(e ainda to encucada porque a Cris, no banheiro, contou a mesma historia que a Mariah tinha contado no jogo um pouco antes na sala, quando pegou o papel escrito “meus pais”... ainda quero saber quem que, afinal, olhava o vizinho pela janelinha do banheiro...).
Um dos momentos que achei mais incrível foi ficar escutando a Mariah falar ao telefone enquanto fazia brigadeiro. Parecia que ela não via a gente ali e que eu estava espionando a vida dela, que, afinal, tava ali só fazendo uma coisa normal num dia normal. Ao mesmo tempo, eu, quietinha na minha, senti que também não era vista, que estava segura ali sentada fingindo que não fazia nada enquanto ia ouvindo ela, e ia me identificando com o que ela dizia, pensando...
Ah galera, eu fui realmente tocada por esse trabalho, pela forma como ele aconteceu! Escrevi para tentar entender o porquê, mas algumas coisas ficam no plano do subjetivo mesmo. Foi um dia lindo! Obrigada e Parabéns pra vocês todos.

Camila Barra



p.s.: Mariah, dos quatro você era a única que eu não conhecia e simplesmente adorei você! Parabéns pelo trabalho. Samuca, Cris e Ricardo, vocês são lindos sempre! <3 

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