domingo, 28 de agosto de 2016

Mariah 20/21

Come CORAGEM que ela vai ficar aí pra SEMPRE!

Fica mais! Tô aqui muitão. pra, por, com – você.

paragem
cadernos Camilinha pra Biba, Fer e Jussara > eu na jornada; tríade anciã; minha amiga mais antiga; meu Lelo; Luíza caderno mais novo, isso é real?

Jussara conta do vitor, me dá colo de mãe e vamos pra cozinha.
é q a Alice eu inventei pq vc tem muito irmão!
Ando devagar. Lá com a Camilinha eu quero escutar você.
As notas são sobre ela, sobre mim, sobre vc, sobre ela, ela, ela, ela....
Menino do Rio eu queria cantado pra mim. Camila canta errando e fica até mais maneiro.

Quero escrever. Marca um pra mim?

Fer, eu amo cada pedacinho de você. Feliz Ano Novo mergulhado no amor.
Fernanda, essa que é a Luiza.

sento rpa escrever.

O Rick É cafona.
As flores chegam.
Filhas de Oxum não vergam.

Lucas chegou.
Oi, bem vindo. Repete. Repete. Repete. Repete.
Regras pro Lucas que vai logo pro banheiro favorito.

Chegam Laura e Laís. Ê BÁ!

Corta meu cabelo?
Abraço PRA SEMPRE que me habita, fala cmg, vive em mim.

Bolo de cenoura? Me declaro!! Força, forca

Corto o cabelo ao som de Camila Comela. Laura e Lucas se revezam no meu corte.
Penteado.

preciso soltar uma pipa. Fuck.

A primeira impressão é a que fica ué.

Casa comigo?!
Caso!!
Cada pedacinho de você com direito a buquê e água aliança passada.

Ando devagar. Joel e cada pedacinho dele;
Potyra e a foto interior rosa da mulher guerreira do amor

Eu já volto. Vou ficar bonita e depilar com dor.
Beijinhos no Seixas e o Biel ama cada pedacinho de mim.

A Lulu chegou. Não é bom sair sozinha. A foto interior precisa de banho e chá pra mudar.
Levo pro banho – peço chá pro Rick.

Rock da mãe com bebê levando embora os materiais da cena. Molhadeira na cozinha. Peixinho cantando pigoquinha e sapatão. O banho é sozinha. Não conta pra minha mãe que eu deixei a água correndo. Canto pra mim. Pra vocês ouvirem. Coro.

Saio de toalha. Me troco. Eu quero vestido e me troco outra vez. Não, não era eu que tava com a calça vermelha. Será?

Vou lá buscar meu chá; Quero.
Marca mais um pra mim?

Manifesto do cafuné com Joel
Qual foi a coisa mais incrível que vocês fizeram na última semana com Joel e Potyra.
Aviãozinho na Julia Janína

Código na cozinha.

Quer apoio? Chocolate em ebulição.
Saio. Volto. Vivo a mágica. 3 de paus e 10 de ouros – eu tbm sou do dia 11!!
Que maaaaassa!!

”Eu sou bem pequenininha.” Holofote coro!

Saio. biblioteca. Cadê a musica que eu quero?
Mariah!!!
Caos. Fluxo de fala. Não pisa na conchinha. PÁÁÁÁ ÁÁÁÁ´. Parabéns, Fernandinha!
O bolo é nosso. Os cortes são livres. Como. Me penteia?

Rolei na terra. Ela varre. To com a pá. Repito. Repito. Repito. Repito. Repito mais lento. Lixo.

Me penteia de novo?

Emolduro – ME

Você pode me dar um colo? Precisar não, só querer mesmo.
Preciso trabalhar. Trabalho aqui. Paragem no colo por tempo esgarçado.
”Que bonito”
Meu coração não agüenta sempre isso. Não é uma bitoca e uma fuga. É um coração batendo por dois. O chocolate em ebulição é uma boa foto interna.

Não o que? Afastando a lembrança. Se eu contar ela volta e não quero meu pai aqui. Vou pra lama que eu já passo por isso, banho e esqueço.

Poxa, logo agora que eu to cheirosa e o meu cabelo ta maneirão. Vc faz outro?

Estratégias pra lidar com a tristeza. O queixo bate. Um carinho dela. Quer café? Ele lê. Como vc faz? Eu tenho estratégias genéticas. Já passou. Meus livros preferidos. Abandono. Escrevo. Red Bull.

Ainda são 21h!!

Cozinha. Vitor. Luas. Qual meu ascendente da revolução solar?
Faço croissants. Vou lá pra fora.
Você vai me levar pra algum lugar? Vou me despedir e levo.
cobetor. Biblioteca. Cafuné. As palavras que não são minhas ao mesmo tempo que são muito maiores que eu me cabem perfeitamente.
Ricardo chega. Quando vc perde a noção do tempo.
Ela vai embora. Trabalho de pau duro. Jogar. Sexo. Leitura.
Saio. Abandono. Falta de Ar. Abraço no pé da Livinha. Quero choro.

Bel me abraça por trás.
Ta sem luz.
Cozinha. Ta confuso. Meu coração ta pesado.
Camilinha me olha fundo e canta. Gritam lá no quarto. Uivo. Mulher negra empoderada. Angústia.
Me enrolo, prendo, amordaço, amarro. Dói. Olhos e boca tapados. Ricardo bate o cajón. A batida me chama de volta. Me esforço. Rompo a corda. De trincheira vou pro quarto, me cubro e fico.
Rick chega. Abraço quente. Angústia grande.
As mulheres na sala me evocam. Pq eu não consigo chorar?

Percebo que eu to esperando, buscando....
”Gatas extraordinárias” Levanto! To em cena, vivona.
Livinha, que saudade! Eu te amo tanto, cada pedacinho....

Passarinho quis voar e voou, eu não atrapalho não.
Camilinha no quarto chora que faz bem – A gente precisa é de um cachê maior.
Chega a Britney de Goiás. Me arrumo. As Spice Girls de casavazia. UFA!
canta, canta, canta, bagunça e abandona.
Chega a família lindona do Marcos. Recebo, Apresento.

Volto e “menina musa do verão”

Vamos jantar? Não é festa!! Falo pra vc pq vc ta na minha frente

Apresentação magnética Luana e Luisa.
Jantar. Falta luz.  A angústia volta, uma vontade de não estar.
deito com Lulu. Ela tem u  problema sério que não me diz. Respeito. Bel dá a aceitação chocolate.

Nem me recuperei do afogamento e to querendo nadar outra vez. “Mas quem te ensinou a nadar?” Foi os peixinhos do mar!

Mangueira do bombeiro. Eu te vejo, você me vê. Nos vemos. E eu vou pq é a coisa eu eu mais amo no mundo. Me deixa inteira e vai estar cada minutinho comigo.

Camilinha! Que saudade!!
A Lua ta cheia, eu to na tpm, estamos em casavazia, mas existe uma chance mínima...

Falei, ufa! Segura aí essa bomba q tava engasgada na minha garganta.

Não ultrapasse! Escrevo.
Jogo das pílulas: uma intimidade, uma surpresa, troca de roupa, lavo o cu. Melancia. Vestido outra vez.

Rick me dá um beijo gostosão e apressado. Eu fico com um pouquinho de vergonha. Marca mais um?

Me recuso a ter medo. Ervas daninhas morrem.
Julio bonito, é água das paineiras? É.
Selinhos errantes no Biel. Me abraça. Lightpainting euforia.
Maior manifesto do cafuné da história! Bonito. Delícia. PRRR.... E aí, de repente, ganhei um cafuné de corpo todo de muitas mãos. Das melhores sensações da vida...

Arruma, arruma, come, quero dormir.
Quando vou lá dentro, Camila, Chris e Rick tão acordados, mas eu fico rpa saber a verdade dendê de cada um e tentar descobrir a minha. Isso vai passar. Isso tbm vai passar.

MARIAH!!
Lá fora tem gente acordada e todos os atores estão aqui. Vou, mas meio a contra-gosto.
Chá dos elementos – material irado.
Eu passo por uma rodada de fotos interiores tão satisfatórias que quando tiro uma selfie descubro que gosto muito dela.
Foi-se o desconforto.

A galera vem porá fora. Peço colo. Vamos descansar só um pouquinho, por favor.
Adoro vc. Muitão. eu tbm. Mesmo.

cama. Me chama em 30 min? Promete?
desconfortável.
quando ela volta e não cabe, eu saio.
ta dia.

banho quente. Saio. banalidades.
Que energético horrível...  nojento é a palavra.
como volto pro jogo?
peço texto pra Bel. Ela não tem.
Ajuda pra Camilinha. Indisponível.
Ajuda pro Biel. Ele levanta e traz o café da manhã pra sala.

Apito. Bel apita. Apito à chuva;
To em silêncio.
Que onda...

Observo. Colo da Lulu. Leite condensado. Movimento;

to zoando! Danço.
Abraço, abraço, abraço.

Vídeo pra Aninha. Não gostei muito....
Crianças. APOIO! Apoio, apoio.

Dança música tatuagem lenço barquinho

Apoio!
Tchau geral.

Trilogia de Vaurea e Laura. Fazer sala. Mestre André. Canção.
Sala, sala, sala. Cafuná. Cafuné.
Muita história aqui!
Sala ideal é varrida. Varro. Mais gente chega. Refúgio no quarto.

vídeo Aninha. Revs chega. Abraço César.
Incrível Revs. Lança Revs. Postura Revs.
Corpo de presença. Dança Camilinha. Cotonete Rick.

Você cumpriu mais um objetivo!
Não avai acabar. São 13:05h

Camilinha, faz uma cabaninha comigo?
Acompanha o pássaro. Anna chega. Camilinha chora. Eu tremo.

Canta canta mas a dança da solidão é dobrada. Quando eu penso no futuro não esqueço do passado. Me vendo. Não quero ver isso, mas quero ver/fazer a energia circular. Desvendo.

Já te apresentaram a casa, Anna? Esse cantinho é da Camila e meu. Você escolhe uma foto e te conto uma história.
Essa?!
O tempo não é linear. Essa é minha melhor amiga. Ela me deu um dia de presente. 20 de novembro eu evoco pra receber todos aqueles anos e deixar transbordar um amor que nunca coube só em mim. Ela chora, eu sigo.

Mariah!
O texto.
Rick começa a falar. Eu interrompo.
Comunicação é sempre amor. O ator finge que finge....
Apagamos, mas faltam 10. AAAAAHHH

Abraço, pulo. Acaba pra cima. Centro ativo.

Toma uma cerveja cmg?

sábado, 27 de agosto de 2016

Foi tudo muito diferente.

Absolutamente diferente. Chega a ser difícil comparar as experiências. Vou tentar resgatar imagens. Uma festa de aniversário animadésima que era pura fogueira. Depois, Camila varre o que sobrou com a sala praticamente vazia. A vivência sinestésica da Chris com a Lívia e sua amiga que não lembro o nome: foi doido perceber como eu poderia ser parte daquilo de um jeito muito sutil. O material das mulheres assistido por homens. Uma declaração de amor apaixonada e molhada durante a madrugada, irrepetível. Por sinal, é interessantíssimo ver como a exaustão da madrugada gera cenas que nem sabemos que são cenas, como a Clara bem mostrou: eu peregrinando com o colchonete, eu fugindo dos convidados, Luiza chorando órfã de cama. Reconsidere sua relação com a madrugada, eu diria a mim mesmo. E aproveite a exaustão. Sigo. Uma incrível arrumação de casa com música a todo volume naquele domingo de manhã chuvoso com cara de estereótipo de dia de faxina. Crianças, crianças, crianças! Eu, Chris, Lucas e Biba no camarim listando chrises, contando sonhos, desfiando labirintos de fios, fomentando o debate sobre o femenino e trocando de roupa. A minha relação com o Ricardo. Fiquei com medo, deixei ele gastar-se um pouco e depois tivemos vários momentos especiais. Sinto que ele foi seduzido pelo trabalho. Na verdade, de uma maneira geral, me senti seduzindo os convidados - não a partir de um lugar de enamoramento, mas a partir do próprio significado da palavra: TRAZER PARA SI. Se na primeira edição a tônica para mim foi o interesse, dessa vez foi a sedução. Seduzi o Ricardo, a Laura, o Lucas, a Fernanda, a Biba, o Victor, a Ju, o namorado do Renan... alguns menos, outros mais, com mais ou menos êxito. Mais imagens-momentos: sigamos. Roda de histórias ao redor da mesa quando a luz acabou. A surpresa com a Mariah. Ler o texto do armário para quem estivesse no banheiro. Um outro jeito de ver segredo aparece numa fogueira no quarto, com Chris e Lucas, depois Ricardo, depois Camila, depois Tupi e seu amigo. Um papo muito louco e muito bom sobre casas movediças e o nosso tamanho em cada casa com Laura reverbera na Lais e na Maíra e depois no Ricardo. Casas são casas ou pessoas? Não importa. E tudo começou comigo descascando cenoura. Eu nem sabia pra quê era. E quando vi juntei ao meu redor quem gostava de beliscar uma cenourinha crua. Despedidas emocionantes com Victor, Lucas, Ricardo (acho que convenci ele a não sair à fancesa), Biba, Fernanda, Lais e no fim com todos, quando eram quase duas da tarde. Acho que finalmente entendi o "escuta, chris", especialmente depois da residência. Um começo de manhã muito confuso, muito estranho, levemente desesperador, e a construção do retorno ao jogo. O já-virou-material-da-manhã da Camila. Começar a cortar cebolas para fazer o almoço sem saber o que íamos cozinhar. E de repente éramos quatro. E de repente pensávamos juntos sobre lança, madeira e movimento. E de repente desconhecidos trocavam entre si. Uma pequena fogueira, na escuridão da noite, com Tupi, seu amigo e Chris. Depois Camila. Eu, Camila e Chris lutando com João Caetano e sua trupe. Gente, o João Caetano foi. Que bom que acordei. A casa estava cheia o tempo inteiro. Uma roda final de cantoria. Ver a Wálria cantando foi lindo. A presença constante da Ju criava um lindo embate entre diferenças. O sorriso interminável da Fernanda. Uma centopeia humana de cafunés. O carinho do Joel e da Potira. O quadro do Lucas como disparador da carta da mãe deu num papo lindo com a Potira. Acho que revendo esse percurso o que fica mais forte para mim é o coletivo. Minha trajetória, dessa vez, foi bem menos individual. Sempre havia alguém, ou melhor, não sempre mas muitas vezes. E isso é muito bom. Isso fortalece. A gente não precisa estar separados para dar conta de pequenos grupos. É MUITO mais fácil quando estamos juntos, contracenando e jogando juntos. Porque um compra a proposta do outro e assim podemos ir mais fundo com os convidados. E porque inevitavelmente a gente escorrega. E escorregar com alguém do seu lado é muito melhor. Eu me sinto muito, muito agradecido pelas 24 horas que eu vivi ao lado desse coletivo maravilhoso. Pura vibração de

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Demorei a entender que dia é hoje

Demorei a entender que dia é hoje. Era o que eu escreveria primeiro mas – hoje é dia oito e devem ser umas dez e meia ou onze da manhã. Estou sentado aqui no meu quarto, o quartel general do barulho de toda a casa – não, sem material, vai. Estou sentado à mesa da sala, de frente para a janela. O Gabriel acabou de sair. É uma delícia estar só, depois de tanta mistura. Ontem, enquanto conversávamos, vez ou outra me batia um reflexo-jogo, momento daqueles em que os convidados, mesmo sem saber, atiram eles próprios a isca para entrar na rede-jogo-teia-casa-vazia. Mas me segurei. É preciso, me parece, reforçar os limites da vida e do jogo na hora de voltar pra casa. Pelo menos pra mim. Em 2014, lembro-me que foi chocante perceber a exaustão física do meu corpo no diia seguinte. Dessa vez – apesar de meu corpo estar um tanto atordoado – o que me gritou foi ontem à noite, quando transamos eu e Gabriel. Eu nunca, em toda minha vida, havia sentido meu corpo tão sensível ao toque. Nunca. Mesmo. As minhas terminações nervosas pareciam haver se elevado à potência mil e se espaçhado por todo meu corpo, que não ficava imune à nada. Mesmo. Não me reconheci em mim mesmo e me perguntei se seria isso um rastro daquela qualidade de presença do jogo. (Ao longo do dia, três desconhecidos puxariam papo comigo em situações improváveis, como no caixa do supermercado – mais rastro?) Parei de escrever um pouquinho para me espreguiçar. Durante a noite, muitas imagens pipocavam em minha cabeça. Sonho? Lembrança? Jogo? Largo a caneta, cruzo os braços, miro as árvores e tento recuperar um pouco da minha trajetória enquanto um pelo branco do Louis passa levitando pelo espaço. Um começo diferente. Não queria receber. Aliás, tive imensa dificuldade de receber as pessoas, apresentar a casa e dar as regras. Não queria, nunca queria, fazia com muito esforço e muito desgaste. Ontem, conversando com o Gabriel, me dei conta da importância desse momento e quero colocar para mim como desafio das próximas edições (não sei por que escrevi no plural, juro que pensei no singular) investigas as boas vindas. O Gabriel foi recebido por outro convidado e ele e seu grupo não foram apresentados à casa nem às regras. Ele comparou a sensação de sábado à do ensaio aberto e disse que havia outra qualidade de acolhimento. Da mesma forma, ainda que eu não soubesse do histórico de perdições da família-vovô-cosmos, sinto que eu poderia tê-los recebido com mais acolhimento. Quero que a recepção, para mim, seja um dispositivo-material, com algumas arestas abertas e outras fechadas – talvez isso me ajude. Vamos ver. Voltando ao (Louis passa pelo meu pé e paro para fazer-lhe um carinho – sempre achei engraçado, aliás, quem fala dar carinho) Voltando ao começo, enfim. Fiquei esperando no camarim. Criei um campo de atração e queria que alguém viesse até mim. Foi o Felipe, do ecomuseu. Meu primeiro material foi a morte-pássaro do meu avô-música. Ao longo das 24 horas, a partitura objeto-aleatório do meu mural passaria a ser dele, o meu avô que era música, música de passarinho revoada de pássaro. Eu não parei no primeiro quarto inteiro do jogo. Pulava de pessoa em pessoa, de material em material, de ação em ação. Foi muita, muita coisa. Mas não me senti ansioso. O fluxo era intenso, mas não senti que ele me atropelava. (Ah! Lembrei que a única vez que gostei da minha recepção/apresentação foi com Isis e Luiza, pensar sobre isso depois: terminamos no material da minha mãe.) Os momentos que encontrei para relaxar, durante esse tempo, foram ver as estrelas e ter conversa ao pé de ouvido; e fazer a Cachoeira de S. Jorge, que por algum motivo me despressurizava. Adorei: ver os convidados se contando na geladeira, me dar para a Isis cuidar, tirar várias fotos interiores (lembrar do final com chocolate!), me apropriar do GPcéu, tomar chá e não saber o que ia acontecer, ver o por-do-sol junto e não saber o que ia acontecer, contar os desastres, servir água. É importante pensar sobre a execução dos dispositivos. Como o Gabriel falou em nossa pequena primeira reunião. Quando se abriu uma cratera em mim e eu mergulhei sem volta na angústia, foi o dispositivo que me salvou. Não vou escrever sobre a Karen, pois já falei demais (demais mesmo) sobre ela de modo que não tenho vontade. Mas é preciso dizer que, para mim, ali também fui salvo pela ênfase sobre a ficção, sobre o trabalho, sobre a teatralidade. Os offs me parecem ainda mais importantes agora. Ah, não me senti mal, dessa vez, pelas pessoas com quem não estive: abracei-as e falei sobre isso com elas, sobre a saudade (as folhas acabaram e fui pegar mais) do futuro do pretérito – quero desenvolver mais isso. É preciso acostumar-se a estar em pesquisa, é preciso reler o papel que a Luiza me deu. Não posso perder aquilo jamais. Parece óbvio, eu sei, mas é preciso aceitar o mar aberto que é esse jogo. Que manhã, por exemplo. Que manhã do caralho. Efervescente, diferente de tudo o que acontecera até ali. Cafés, canções, correrias, comilança, crise, cozinha, tudo com cê. E mais: risadas, beijo na boca, apito dos infernos. Também gostei de que tenhamos falado muito do processo, com várias meta-conversas, especialmente nos dois últimos terços do jogo, mas acho que podemos encontrar uma forma de incorporar mais isso ao jogo. Repouso a caneta na mesa. Já falei tanto que estou perdido, não sei mais o que tenho a dizer por agora. Será que nossa casa também tem uma cruz? Santa Cruz. Será que nossa casa também é santa? Mover livro e fazer cafuné é como tomar chá e assistir por-do-sol. De todas as fogueiras da casa, a fogueira foi a menor das fogueiras. Cozinhar também é como mover livro. Por que não propus? Chega, não consigo mais escrever. Que bom que teremos outras 24 horas, sinto que tudo pode ser muito diferente e muito menos ansioso.

NOTAS SOBRE UMA CASA
- controle de presença + pergunta quanto vale no mesmo cantinho: um cantinho obrigatório
- como criar um fluxo de comunicação?
- começar os materiais com ações e tudo bem se não acontecer (xixi Mariah, varrer, fazer chá, escrever em guardanapo...)
- primeira metade pra fora, segunda metade pra dentro
- eu tive uma tarde ativa, uma noite despedaçada, uma meia-noite de entendimento, uma madrugada calma, uma manhã bem humorada, um meio-dia em que a casa era minha mesmo, e tinha gente por ali.
- terminar relação, fazer material do Samu e me apaixonar eram três dispositivos a que me propus. Cumpri os dois primeiros sem pensar, sem planejar, percebi agora, acho que a gente cria um mantra, tipo GPcéu. Não sei se outro motivo para a crise foi porque eu me apaixonei e fui abandonado ou porque tive prestes a me apaixonar e de repente não tive mais.


missões:
Investigar as boas vindas
Pensar ações que podem preceder cada material
Pensar materiais nos quais as boas vindas podem desembocar
Off

materiais:
olhar as estrelas com conversa ao pé do ouvido
gpcéu
desastres
servir água
saudade do futuro do pretério
entrevista com cigarro no banheiro
abraço que não se toca no box

terça-feira, 16 de agosto de 2016

antigo 2015.1 - doído

eu não tô com a menor condição de permanecer parte desse processo por uma questão de corpo, tempo e espaço. corpo pq não faço a menor ideia de quem eu sou, de como me reorganizar... to me sentindo dragada de energia. precisando parar e revisar tudo - não fosse por édipo e eu pararia o semestre inteiro, talvez saísse até do Rio. tempo pq o espaço na minha agenda reservado pra casavazia é o mínimo - é só a segunda mesmo, q por ser de manhã não consigo nem produzir no meu melhor... não tenho conseguido trabalhar em casavazia fora desse período e isso não é o que eu entendo por fazer teatral... e espaço pq não to achando espaço pra esse processo dentro de mim e nem espaço pra mim no processo. eu sei que fui eu que te pedi pra participar da sua pesquisa, mas lidar com a autobiografia tem sido muito doloroso pra mim... mostrar os áudios e os vídeos pros meninos me tirou do eixo, tocou em feridas minhas q eu não tô pronta pra mexer agora. Minha relação com minha família tá instável, mudando, se refazendo... terminar com a Anna foi um baque muito maior do q eu achei q pudesse ser, eu não esperava que fosse assim, mas to me sentindo derrubada, derrotada mesmo e a gente brincou com o fato deu não dizer não... mas tô precisando ficar recolhida um pouco, sem exposição...e sem a exposição que casavazia demanda de mim. nesses quatro anos de teatro, eu nunca saí de um processo - mas, na real, não to me sentindo dentro. não consigo atender as demandas artísticas nem de produção... me despir de mim e buscar me refazer tem sido doloroso demais... eu acho q vou sair melhor de todo essa busca.. vou me vencer, eu sei disso. Mas tem levado um tempo maior do que eu achei... tempo esse que o processo não tem. Eu tenho certeza absoluta que casavazia ainda vai viajar muito, que vai ganhar muitos prêmios e crescer - mas tem sido por isso que eu tenho me mantido no processo. Aquela experiência de 24h foi um desafio excepcional, uma descoberta artística maravilhosa - mas não to me sentindo inteira pra continuar. não posso continuar com vcs pq sei que o projeto vai dar certo, seria muito egoísmo - eu não me vejo no mesmo gás que todos estão, com a mesma garra, com a mesma vontade... eu preciso parar. eu faltei ao último ensaio e não consegui nem dar uma satisfação, não tô achando força em mim pra isso, Biel. Me desculpa mesmo. muito muito muito. vou dizer isso pra todos, mas queria falar com vc primeiro desculpa não ser pessoalmente tbm... não tinha isso muito claro por isso não falei antes. espero que a gente possa continuar trabalhando junto e que esse erro não nos impeça disso. Ser dirigida por vc eh um aprendizado constante... mas agora falando pro Biel meu amigo e não meu diretor... eu não to conseguindo

mariah 13/14

Eu não sei o que a gente produziu - um material final - uma criação.
Mas o meu corpo tá vibrando ainda.
Eu costumo medir como eu vôo pelas pessoas com as quais eu vou. E me senti voando Alto. Num bando grande de gaivota, que, revezando a liderança, ia abrindo espaço no céu pra gente entrar numas nuvens que não teria coragem de entrar sozinha. Na nuvem da capoeira, da bola, do pixo, do grafite, do presente de aniversário, do cajón, das crianças, da dança.... Eu só entrei. Fingi que sabia e acabei sabendo.
Que delícia que é voar junto, né?
Minha avó costuma dizer que se eu tô quieta é pq tô fazendo arte. Alguém conta pra ela que quando eu tô bagunçando eu tô fazendo Arte também?
Descobri.
Que horizontal tbm é diagonal. Que paixão cênica tbm é movente. Que 13 de agosto é um dia irado pra fazer aniversário. Que todo mundo guarda no coração um desejo bem grande de contribuir, de participar. Que comida colorida é mágica. Que desejar pra mim e entregar pra vc é muito importante. Que receber seu desejo tem um tempero diferente. Que os sabores e os saberes são mesmo primos. Que o receio, primo jovem e aventureiro do medo, é um caçula muito mais maneiro. Que eu amo cada pedacinho - e é verdaaaade. que grafitar nossos corpos é ultrapassar os muros. que dança no asfalto é cria. que carvão é tinta. que precisa de carvão. que sem lama, ainda sobra mangueira, areia, cinto, fio e fita. que a piscina, a biblioteca e o jardim vão ficar cmg pra sempre. que dedo no bolo é necessário. que café com pão é música. que música é sobre soltar. que ser criança com as crianças é perigoso. que ser criança com adultos é fácil. mas que ser adulta com as crianças é potente à beça. que é ainda mais potente na dupla que se olha e joga junto. que um não beijo às vezes é um abraço de corpo todinho. que ficar de cabeça pra baixo provoca. que os sotaques dançam. que sangue bom ensina brincando. que cozinhar é prazeroso. que velhinhas tbm traficam. e que velinhas queimam. que os abraços....Ah, os abraços. que ser tia é tão bom quanto ser sobrinha. que produzir tbm é criar. que festa cabe. que festa junta. que festa espalha. que mesas grandes são parte de quem eu sou. Que Naquela mesa só faltava Ele. Que naquela mesa tava todo mundo que tinha que estar. que jantar. que talvez tenha faltado aquela última roda. ou talvez tenha faltado aquela última vela. ou talvez tenha faltado aquele último texto. mas que talvez não tenha mesmo faltado nada. que faca. que faça. que juntxs.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Aprender a não sofrer, pode ser uma lição.
A Dor faz parte, tanto aqui quanto em marte. Feliz de quem transforma a dor em Arte!

Arrogância é o sentimento que caracteriza a falta de humildade. É comum conotar a pessoa que apresenta este sentimento como alguém que não deseja ouvir os outros, aprender algo de que não saiba ou sentir-se ao mesmo nível do seu próximo. São sinônimos, o orgulhoexcessivo, a soberba, a altivez, o excesso de vaidade pelo próprio saber ou o sucesso.

A arrogância pode igualmente ser sinônimo de coragem, de assumir as suas próprias opiniõesidentidade ou personalidade. Provém do latim arrogare, logo o verbo arrogar aplica-se, sendo o sentido negativo, muito mais em voga no discurso informal, provavelmente iniciado pela inveja. A arrogância, ou o arrogar, não é, com efeito, pecado mortal ou até mesmo pecado de todo no sentido religioso. Será necessário recorrer a pseudo sinônimos sem base de étimo ou linguística para assim se justificar a corruptela de uma palavra que pode, ser positiva.


arrogância
substantivo feminino
  1. 1.
    ato ou efeito de arrogar(-se), de atribuir a si direito, poder ou privilégio.
  2. 2.
    p.ext. qualidade ou caráter de quem, por suposta superioridade moral, social, intelectual ou de comportamento, assume atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; orgulho ostensivo, altivez.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Mariah 67

Recebo com água das paineiras.
Assina meu corpo de presença?

Vou pro Quaro e me interesso real. Agora sim começa.
A mulher. mulher. mulher. Há mulher.
Quando? Com 4 anos no primeiro estupro.
Chrises. Vínculo. Assina em mim.

Abraço graaande. Rick muralha.
História Marcos [7 traficantes. Primeira brincadeira aos 12. tem gente q não percebe q sou preto]
Crianças. Suor. Um pouco fora. Bola.
O xixi é intimista. Paciência. Espera. Tempo irado, Bel!
Rock da mãe. Mas eu to de roupa. Então faço uma música pro Rafael, meu melhor amigo pra sempre!

Depois do banho, um medo profundo.
Edgar. Espelho Down. Foto interior.
Falta sinceridade. A sinceridade é meio amarga.
Abraço apertado na Lulu. Depois do abacaxi a gente começa.

Sento pra escrever pela primeira vez.
Sou interrompida.

Filipe – rinha de cachorros e abatedores de porcos. Lama. Psoríase. Cru. Crueldade. Lama.
Áudio falha – acaba.
Banho.

Feliz aniversário, obrigada pelo bolo
Faz sala. Tapete, al,mofadas e música. Ta foda a música.
Tiro uma foto. No arquivo da memória. Descrevo. Que luz!

Fogo me queima. Escrevo pela segunda vez,

Qual é o seu caderno? Adivinha! Tanto faz. Vou anotar aqui [KAREN LAMEGO] Me acha no facebook? Ok

Louça com a entrevista do Samu
Um segredo com Lulu. Não é pra ficar triste. Ta tudo bem. Vai ficar tudo bem. Mesmo.

Potência da tristeza/raiva/alegria.
Ela sai. Eu saio.

Naquela mesa o Lelo. Já vôooo!!

Mar ~~~~ Iah!!! >>>

entrevista Samu com Camilinha.
Apresentação pra Laís. Com Lais.

Lu, eu amo cada pedacinho de você. Muito!

Mulheres. Roda. Cama. Mulheres. Sobe tbm. Abraça aqui. Mulheres.

escrita.

Camilinha, tamo junto! Amo cada pedacinho de você!
Cigarro pra Camila e pra Lulu. Será q é cena, Maíra?

História do trem com grupinho de amigos. Foda-se a regra. Quando foi a última vez q vc burlou uma?

Biel, ilumina o chapéu. É chtão fazer isso agora, mas.... quanto vale a circulação da pergunta artística. Tchau, obrigada!

Corpo de presença. Se coloca em mim.
No plexo. Onde vc quiser. Nem escolhi, só coloquei.

FIM DO PRIMEIRO ATO.

Reuniãozinha pra comida. Sapatão. Primeiras vezes.

Foto interior Gabriel Naumann e Lulu. Que fotos lindas. Adoro quando a foto interior satisfaz...

”Quero falar com vc!”
Fecha os olhos, céu de estrelas. Não tem amor a primeira vista.

Paixão > Trabalho > Embrulho.
Isso aqui pra mim eh cena, trabalho.

Cadê a Lu?
Me procurando tbm! Que carta... é encontro.

phu... Já são 22h. vou tomar um redbull e começar.
Arrotei “W”

Fui fazer a lama, mas tem gente chegando. Melhor esperar um pouco.
Irrite Alguém. Agora não... tem tempo...

Beba água e ofereça água sem parar durante 30 minutos. Ufa! Uma ação.

É só um baseado!!

Chegou gente.
Não parece mas é um chapéu.
Meus podres eu mostro!!

Apresentação magnética. Sapa maneira.
Vovô Cosmos.

Lama demorada demais. Q difícil esse colchão sozinha.... Estado.
Lama pra poucos. Matheus.

Banho. Tremedeira. Rock da mãe esvaziado.
Ta foda gente. Reuniãozinha no banheiro.

Saio em jogo. Foi todo mundo embora. Ta rolando uma DR.
Texto atenção e presença.  Quem nunca sofreu por amor pode amar?

Pílula. Cafuné.
Me dá um beijo? Não.

Eu te amo. O que isso quer dizer? Estímulos [estimulações]

Capoeira.
Essa cama eh das mulheres!!

Red bull – olho esbugalhado.
Manias. Caderno > Rick, Vero, Mãe, Si, Eleonora – tríade anciã -, Eu, Camilinha.

Deitar no colo da Luisa.
Shiiu


-
Acorda. Repetições. Circulação. (irrite alguém(s)) apito. Apito. Apito. Apiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito. ...
Prepara o café da manhã.  Beijo na boca. Carta pra mim. Pra mim vezes dois.

Água. Pra todo mundo. Café voador.
Estratégias pra lidar com a tristeza.

Sinto muito. Mas eu não posso lidar com isso.

Me abraça forte. Leva tudo, Descarregada. Leva. Leve.

Lavo.
Lavou louco pq gosto. Lavo.

Materializo a foto interior. E na biblioteca vivo a incrível da semana, a mudança da foto.
Maãe é mãe. Abraço nelas outra vez.
Palavras pra Chris.
Que PÉrfeição da Natureza.

Apresentação Magnética Dani. BUM!

Vai pra sala. Cadernos da Camilinha.
Capoeira + Sala pra Ana Paula.
Equilíbrio Chris.

Cocô.

Presente amarelo Florioso. Penteado.

Lama não.
Estratégias pra lidar com os materiais.
Fala um material pra eu fazer?

Tome um banho no chuveirão.

Sento e escrevo.
Ainda tem gente pra chegar, Meu estômago ta embrulhado. Ainda são 11h.

Corpo de presença.
Cozinha!!

Não tem louça. Ela fecha a porta. Mais beijinhos. mais. mais. mais.

Música. Rick dança sensual com a geladeira. Ela cmg. Ufa.

Vem o Tutti. Até a caixa estourou. Vamos aprender. Elxs tão ensinando. Conversa!!!

A melancia é com alho e a gente come brincando. Limpa a mão e a boca na roupa.

Chris vendada e o cheiro é verde.
Na sala as mulheres. Yemanjá. Oxum. E a onda do mar desfaz-se.
Recebe Adelita.

Trabalhoso!!

Volta pra cozinha. Ela ta lá e ta pra mim. Saio.

Corpo de presença João. Cvjxscgf

Eu e a foto de pequena desfilando. Mesma cara

Preciso conversar. Camilinha acolhedora.
São 13:30h e o almoço é junto. A Chris avisa que o pai da Camila ta vindo.

Compra uma coca pra mim?
Pai da Camila chegou. Aperto de mão que coloca na distância.
Apresentação magnética e a percepção de que não sobra mais nada pra dar.
Abraço de 15 min. Não tenho centro, não tenho mais força. Me segura, Biel.

Acaba em grito. Grito meu. Choro da Camila.
Já passa de 14h mas ainda falta um abraço final. Levou o que eu já nem tinha.

Banho. Berro. (Alívio Rick Leão). Carinho. Comida. Chocolate. Desprodução. Trânsito. É bom falar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Rock do amigo

Rafael eh meu amigo
meu amigo imaginario
nçao toma banho comigo
e eu só sei rimar com otario
mas o rafa nao el
mas o rafa nao el

o rafaeel

parede Mariah e Miguel

Vc escolhe uma foto. Eu te conto uma história. Juntxs nos sabemos

confortável e estratégico

Eu coloco esses livros aqui quando fica difícil respirar.... quando parece que o Vazio dentro do meu peito é tão fundo, mas tão fundo, que pesa.

Aí eu durmo com livros no peito, pra ajudar a respirar...

Vc tem uma estratégia pra lidar com o peso da Tristeza?

Acho que isso é uma coisa meio genética...

A minha avó me contou que quando ela tinha dois anos a mãe dela, minha bisa, morreu. E o meu avô, que era mordomo de um conde, trabalhava muito e colocou ela e a irmã num colégio interno em Petrópolis. Nos domingos era dia de visita, mas ele ficava todo atarefado com o conde e tbm a viagem Rio-Petrópolis era muito cara. – Então ele quase não ia...
Aí minha avó, bem pequenininha odiava os domingos....Ela ficava tão triste, mas tão triste, que todo domingo ela acordava e ia direto pra um poço seco que tinha lá no colégio e que não era muito fundo. Ela entrava lá e ficava o dia todo, enquanto não fossem embora todas as visitas, ela não saía do poço. Tinha 3 anos e passava o dia inteiro lá dentro, sem comer, fazia xixi e as  vezes atpe cocô nas calças, mas não saía....
Ela entrava num poço seco pra conseguir respirar aos Domingos.


Minha mãe tbm tinha uma estratégia. Quando ela fez dois anos, minha tia mais nova nasceu e ela era meio doentinha... Nos primeiros anos de vida da minha tia, a minha avó ficava muito em hospital e médico....e  minha mãe se sentia abandonada.... Aí, sempre que minha avó precisava dormir fora com a minha tia pq ela tava internada ou coisa assim...minha mãe ficava na parte externa da casa, arrastando a cara no muro.. E adormecia assim, lá fora, com a cara toda esfolada de muro. Era assim que ela se ninava, materializando aquela muralhona da distância....

Eu ficava muito querendo fugir de casa – ás vezes rolavam uns abusos, umas violências – e o peso daquela realidade era tanto tanto que eu queria fugir. Acho que eu queria entrar num livro, mas tanto, que eu queria que o livro entrasse em mim – aí me ninava com os livros no peito. É confortável, é estratégico....

O que você faz com a sua lama?


Pai, eu to feliz com a sua ausência...

Mas ta tudo bem. Já ta tudo bem... E vai ficar tudo bem...


Cada pedacinho de vc

Eu preciso dizer que te amo...

Sabe, eu te amo muito. Muito mesmo. Eu amo vc inteirx. Amo cada pedacinho de vc...

Essa boca assim... essa pintinha bem aqui.... essa cor, essa roupa q vc ta usando... eu amo o som da sua voz, o formato do seu rosto, esse som q vc acabou de emitir, o jeito como vc me deu oi, a maneira como vc me abraçou.... Tudo em você. Amo muito cada coisinha.

Eu amo as suas céulas. Todas elas. As que tão morrendo e as que ainda vão nascer...Esse movimento de transformação. Vc respirando....

Eu amo.

Mas to te dizendo isso pq acho q vc precisa saber q eu sou só um canalzinho do Universo cheio de amor por você. Só um entre tantos... entre Tanta gente que te ama, eu sou só mais uma .....
Vc é imensamente rodeadx de amor... cercadx, abraçadx, embaladx por esse Amor Maior, Universal...

E isso só acontece quando a gente dá amor tbm....

Fica sabendo dsso.

Vc é uma pessoa imensamente amada...

Eu te amo demais!

Foto interior

Se eu tirasse uma foto de dentro de vc agora, o que eu ia ver?

qual é a 
cor?
se foto tivesse cheiro, qual seria?

tem gosto tbm?

Qual a forma?
Tem movimento?



Vc gosta dessa foto?
1 Massa, eu tbm. Lindona!
2 - Não. O que precisa mudar pra começar a gostar?

>>> Se for alguma coisa subjetiva, escrever num papel, grudar no chocolate meio amargo e pedir rpa pessoa comer.

>>> Se for objetivo, fazer

área de circulação

derivante da deriva

Então, posso te pedir pra levantar/w
Não pode ficar parado aqui....
aqui é área de circulação.

Aí vai que vocêtá aí sentado, mas aí vem outra pessoa querendo sentar e não pode pq vc já tá.... meio injusto neh...
Então é melhor circular.... deixar a área livre pra circulação

corpo de presença

Por favor, vc pode assinar no meu corpo de presença?
Onde vc quiser...

É só um baseado

[Ta tocando duas de cinco e convoque seu buda, do Criolo - eu to enrolando kumbayá]

Gente, alguém tem uma salvinha pra completar esse beck?
Eu tô até com dó de fumar pq eh meu último baseado... O Pelézinho, que entregava pra mim lá na faculdade, foi preso. e agora to sem fornecedor.

Mas tbm, Pelézinho era foda.... chegava lá na faculdade com a mochila cheia de maconha pra vender - dava muita pala... Ele jogava bola com uns meninos da comunicação, dizia até q qria fazer faculdade lá na ECo, mas acabaou rodando..... - tbm, com aquela uantidade imensa de maconha.... deu mole!

alguém aí tem um beck? bora fumar o último beck do meu trafica predileto?

Cheiro do Ralo

[Olhando pro teto do banheiro - deixando as imagens chegarem]

Na minha antiga casa não tinha mofo, nem infiltração, nem porta quebrada, nem luz que não acendia, nem janela que não fechava. Não tinha chuveiro sem box, nem armário rangendo, nem papel higiênico faltando.
Quando vc chegava em casa, tinha um cheiro de limpeza - de óleo de peroba, de comida no fogão, e de verde. Mas eu não sentia pq a gente não sente o cheiro da própria casa - a gente sente o cheiro da casa dos outros, mas o da nossa própria casa a gente não sente, neh?

Na casa q eu tô hoje tem. Tem mofo, infiltração, porta que não abre, janela que não fecha, banheiro sem box, papel faltando, geladeira sem comida, cadeira sem encosto, mesa sem pé.... e toda vez q eu entro em casa, eu sinto um cheiro muito forte de esgoto vindo do ralo do banheiro. Eu acho q lá não é minha casa - eu moro lá mas não é minha. Eu sei pq euando eu entro eu sinto o cheiro e a gente não sente o cheiro da própria casa. A gente sente o cheiro da casa dos outros, mas o da nossa própria casa não.

Agora, na minha próxima casa. Na casa que eu vou morar e que é minha tá tudo inteiro. No banheiro tem box, porta funcionando, água quente. Tem comida na dispensa, na geladeira, na mesa... Tem um jardim bonitão. Tem varanda, janela grande, poltrona confortável, vitrola, lampião.  Minha casa eh muito maneira. Quando vc chega, vc sente o cheiro de limpeza, de rosa branca, de planta verde, de comida no fogão, de perfume de gente limpinha....Vc sente. Mas eu não. Pq a gente não sente o cheiro da própria casa. Vc sente o cheiro da minha, mas da sua não... E eu sinto o cheiro da sua, mas da minha mesmo não sinto não.

Vc sabe o cheiro da sua casa? Se sabe, talvez ela não seja sua... talvez vc soh more lá...

Fazendo Sala

Eu tô numa viagem muito grande aqui...

Vou tentar te contar pra você ver onde eu cheguei, pode ser?

Eu tava olhando essa escultura, que eu apelidei de Mestre André e sempre que olho pra ele eu penso que é um capoeirista - mas aí comecei a achar q eh pq tô com muita saudade de fazer capoeira e acabei direcionando meu olahr. Então, comecei a fazer um exercício de enxergar outra coisa e pensei que ele tbm pode ser um mestre sala dependendo da posição. Não aprece um pouquinho que ele ta cortejando uma porta-bandeira?
E aí entrei nessa pira de mestre sala e me perguntei o pq desse nome. Mestre Sala, neh? Qual é a função de um mestre Sala? Cheguei a conclusão que é fazer Sala pra porta-bandeira. Mas o que é fazer Sala, neh?
Eh fazer a pessoa se sentir a vontade? E esse pensamento me levou pra uma festa que a gente viveu no trem vindo da central pra Santa Cruz. A gente levou um bolo, eu pedi pra um vendedor de brinquedos perguntaar no microfone se tinha algum aniversariante no trem e a menina que tava bem do nosso lado falou que era aniversário dela. Foi surreal. Jessica o nome delea, tava fazendo 32 anos. A gente levou o bolo, ela fez o aniversário. A gente sentou bem do ladinho Dessas coisas que só acontecem uma vez na vida neh... Enfim, mas aí pensei nisso, pq além de fazer uma festa no trem, a gente super criou um ambiente de sala. Ficamos todos juntos, os atores, a aniversariante, o resto dos passageiros... A gente ficou junto, conversando, comemorando, se conhecendo. A gente fez festa, mas acabou fazendo sala tbm. saca?

E eu tenho uma pira com ter mestres. Eu admiro tanto alguns mestres na minha vida, que quero me tornar mestre tbm. Quero ser mestre Sala, mas não so samba, pq eu sou paulista e não sei muito sambar... Quero ser mestre da Sala de Casa. Me ajuda?

Tava bem nesse momento da minha viagem... Pensando o que é preciso pra fazer Sala pra alguém...q q precisa ter numa sala? Q q precisa pra se estar bem numa sala? É diferente pra cada um neh....
Como é sua sala ideal? Me ajuda a fazer Sala pra vc?