sábado, 27 de agosto de 2016

Foi tudo muito diferente.

Absolutamente diferente. Chega a ser difícil comparar as experiências. Vou tentar resgatar imagens. Uma festa de aniversário animadésima que era pura fogueira. Depois, Camila varre o que sobrou com a sala praticamente vazia. A vivência sinestésica da Chris com a Lívia e sua amiga que não lembro o nome: foi doido perceber como eu poderia ser parte daquilo de um jeito muito sutil. O material das mulheres assistido por homens. Uma declaração de amor apaixonada e molhada durante a madrugada, irrepetível. Por sinal, é interessantíssimo ver como a exaustão da madrugada gera cenas que nem sabemos que são cenas, como a Clara bem mostrou: eu peregrinando com o colchonete, eu fugindo dos convidados, Luiza chorando órfã de cama. Reconsidere sua relação com a madrugada, eu diria a mim mesmo. E aproveite a exaustão. Sigo. Uma incrível arrumação de casa com música a todo volume naquele domingo de manhã chuvoso com cara de estereótipo de dia de faxina. Crianças, crianças, crianças! Eu, Chris, Lucas e Biba no camarim listando chrises, contando sonhos, desfiando labirintos de fios, fomentando o debate sobre o femenino e trocando de roupa. A minha relação com o Ricardo. Fiquei com medo, deixei ele gastar-se um pouco e depois tivemos vários momentos especiais. Sinto que ele foi seduzido pelo trabalho. Na verdade, de uma maneira geral, me senti seduzindo os convidados - não a partir de um lugar de enamoramento, mas a partir do próprio significado da palavra: TRAZER PARA SI. Se na primeira edição a tônica para mim foi o interesse, dessa vez foi a sedução. Seduzi o Ricardo, a Laura, o Lucas, a Fernanda, a Biba, o Victor, a Ju, o namorado do Renan... alguns menos, outros mais, com mais ou menos êxito. Mais imagens-momentos: sigamos. Roda de histórias ao redor da mesa quando a luz acabou. A surpresa com a Mariah. Ler o texto do armário para quem estivesse no banheiro. Um outro jeito de ver segredo aparece numa fogueira no quarto, com Chris e Lucas, depois Ricardo, depois Camila, depois Tupi e seu amigo. Um papo muito louco e muito bom sobre casas movediças e o nosso tamanho em cada casa com Laura reverbera na Lais e na Maíra e depois no Ricardo. Casas são casas ou pessoas? Não importa. E tudo começou comigo descascando cenoura. Eu nem sabia pra quê era. E quando vi juntei ao meu redor quem gostava de beliscar uma cenourinha crua. Despedidas emocionantes com Victor, Lucas, Ricardo (acho que convenci ele a não sair à fancesa), Biba, Fernanda, Lais e no fim com todos, quando eram quase duas da tarde. Acho que finalmente entendi o "escuta, chris", especialmente depois da residência. Um começo de manhã muito confuso, muito estranho, levemente desesperador, e a construção do retorno ao jogo. O já-virou-material-da-manhã da Camila. Começar a cortar cebolas para fazer o almoço sem saber o que íamos cozinhar. E de repente éramos quatro. E de repente pensávamos juntos sobre lança, madeira e movimento. E de repente desconhecidos trocavam entre si. Uma pequena fogueira, na escuridão da noite, com Tupi, seu amigo e Chris. Depois Camila. Eu, Camila e Chris lutando com João Caetano e sua trupe. Gente, o João Caetano foi. Que bom que acordei. A casa estava cheia o tempo inteiro. Uma roda final de cantoria. Ver a Wálria cantando foi lindo. A presença constante da Ju criava um lindo embate entre diferenças. O sorriso interminável da Fernanda. Uma centopeia humana de cafunés. O carinho do Joel e da Potira. O quadro do Lucas como disparador da carta da mãe deu num papo lindo com a Potira. Acho que revendo esse percurso o que fica mais forte para mim é o coletivo. Minha trajetória, dessa vez, foi bem menos individual. Sempre havia alguém, ou melhor, não sempre mas muitas vezes. E isso é muito bom. Isso fortalece. A gente não precisa estar separados para dar conta de pequenos grupos. É MUITO mais fácil quando estamos juntos, contracenando e jogando juntos. Porque um compra a proposta do outro e assim podemos ir mais fundo com os convidados. E porque inevitavelmente a gente escorrega. E escorregar com alguém do seu lado é muito melhor. Eu me sinto muito, muito agradecido pelas 24 horas que eu vivi ao lado desse coletivo maravilhoso. Pura vibração de

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